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O mar é uma janela para o futuro para a energia nuclear, com o uso de reatores modulares de pequeno porte. A afirmação é do diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletrobras Eletronuclear, Leonam Guimarães, durante palestra no I Simpósio de Tecnologias Nucleares, promovido pela Diretoria de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, em setembro passado, no Rio de Janeiro. Depois de lembrar que o primeiro reator nuclear "não explosivo" nasceu para o mar – criado para o submarino Nautilus, em 1954 – e que existem hoje mais de 180 reatores de pequeno porte movimentando navios e submarinos de seis diferentes países, ele informou que inúmeras aplicações nucleares marítimas estão sendo desenvolvidas tanto para a exploração oceânica (nuclear offshore) como para a exploração no mar profundo (nuclear subsea).
"A necessidade de calor e de força motriz é um dos grandes obstáculos na exploração do petróleo e de outros recursos minerais no fundo do mar. O uso da energia nuclear pode trazer uma revolução tecnológica para a exploração dessa nova fronteira", afirma Leonam. Segundo ele, países como a China e a Rússia vêm desenvolvendo sistemas de produção alimentados por usinas nucleares submersas. "No caso da Rússia, trata-se de uma prioridade, pela necessidade de explorar territórios submarinos com grandes reservas de óleo e gás, além de outros minerais, que estão localizados em regiões do Oceano Ártico ou da costa da Sibéria, onde o mar está congelado a maior parte do tempo", diz.
De acordo com Leonam, se o mar profundo é uma nova fronteira, talvez a última, que se abre como desafio à humanidade, a capacitação nuclear existente no Brasil, em especial ligada ao desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro, nos proporciona uma importante vantagem competitiva nesse ponto tão inovador. "Como nossos antepassados portugueses na conquista do Atlântico Sul e do Índico, temos vantagens comparativas importantes, decorrentes do avanço na conquista do petróleo em águas cada vez mais profundas e do ambicioso programa na área de submarinos, incluindo o submarino nuclear nacional. A conjunção desses dois esforços pode fazer com que o Brasil entre na conquista dessa nova fronteira", afirma.
O palestrante defendeu o desenvolvimento de um Veículo de Imersão Profunda (VIP) com capacidade para três ou quatro tripulantes visando à realização de pesquisas científicas, bem como atividades de prospecção, exploração e apoio à produção mineral e de petróleo, e também atividades de interesse da Defesa. Hoje, só cinco países possuem esse equipamento: EUA, Rússia, França, China e Japão. Em defesa do projeto, Leonam Guimarães argumentou que a disponibilidade de um VIP tripulado nacional permitiria evitar a dependência de submersíveis estrangeiros, como aconteceu em explorações sobre ocorrências de minérios na Amazônia Azul. Ele vê como potenciais parceiros para o desenvolvimento do projeto a França, "que já é parceira no programa de propulsão submarina, e a China, que tem uma atuação muito forte nessa área".
Finalizando a apresentação, o diretor da Eletronuclear disse que o Brasil já está navegando nessa nova fronteira desde que se engajou na exploração de petróleo em águas profundas. "Falta assumir esta tarefa como um verdadeiro desafio nacional e levar brasileiros aos mais remotos e profundos pontos do nosso mar e poder explorar efetivamente os recursos existentes nessas regiões porque se não fizermos isso, alguém vai fazer antes de nós", afirmou.